Como todos sabem os Lamas são amantes da boa cerveja e da ciência.
Por isso, quando os pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) entraram nem contato conosco, não pensamos duas vezes em ajudá-los. E adivinha o que eles estão trabalhando para desenvolver? Um método simplificado de medir com precisão o amargor da cerveja.
O método que os pesquisadores da UFF estão desenvolvendo consiste em fazer com que a luz led UV (invisível) que passa pela cerveja passe por outro material que a converta em luz visível, essa podendo ser medida de modo bem mais fácil e barato do que os métodos laboratoriais atuais.
Essa ideia é do pessoal da UFF, mais especificamente do “Grupo de Estudos em Bebidas Fermentadas” da Escola de Engenharia e onde a Lamas entra? Sabendo do cuidado que temos com nossos lúpulos, eles nos contataram e estamos ajudando-os fornecendo os insumos necessários para que a pesquisa possa ser realizada.
Medição de Amargor da Cerveja
Existem vários métodos de cálculos de IBU que nós cervejeiros caseiros utilizamos, como a calculadora cervejeira dos Lamas e o BeerSmith.
Em geral esses aplicativos fazem uma previsão do amargor da nossa cerveja baseado na quantidade prevista de alfa-ácidos presentes no lúpulo e da OG medida. Essa estimativa é mais do que suficiente para nós caseiros. Mas para um fábrica, métodos mais precisos são necessários e podem levar a uma grande economia de lúpulo e…dinheiro.
Em métodos mais precisos, o cálculo de amargor da cerveja, é feito em um aparelho chamado espectrofotômetro e a medida consiste em jogar luz numa amostra de cerveja e medir a quantidade de luz absorvida.
Espectrofotômetro – O que é?
Para quem nunca ouviu falar desse aparelhinho, o espectrofotômetro é um instrumento de análise, amplamente utilizado em laboratórios de pesquisa, capaz de medir e comparar a quantidade de luz absorvida, transmitida ou refletida por uma determinada amostra, seja ela solução, sólido transparente ou sólido opaco.
Para entender como ele funciona, temos que lembrar que a luz é na verdade uma onda eletromagnética e portanto, tem um comprimento de onda (a distância entre dois picos de uma onda). Assim, temos luz com comprimentos desde aproximadamente 0,0000000001 metros que são os raios X até aproximadamente 100 metros que são as ondas de rádio.
O olho humano e câmeras fotográficas comuns são capazes de detectar somente uma região muito pequena com comprimentos de onda entre 0,0000004 (azul) e 0,0000007 (vermelho). O espectrofotômetro por outro lado consegue detectar diversos comprimentos de onda. Assim ele é capaz de medir a quantidade de luz absorvida por um material em cada comprimento de onda e com isso, descobrir quais elementos químicos estão presentes.
Mas estes aparelhos são caros, em parte porque os alfa-ácidos só absorvem um tipo de luz que não é vísivel (ultra-violeta). Assim precisamos de medidores especiais, tal como aqueles usados para “se enxergar no escuro” para medir o amargor da cerveja usando o espectofotômetro.
Pesquisa da UFF
A ideia do pessoal da UFF, mais especificamente do “Grupo de Estudos em Bebidas Fermentadas” da Escola de Engenharia, é fazer com que a luz led UV (invísivel) que passa pela cerveja passe por outro material que a converte em luz vísivel que pode ser medida de modo bem mais fácil e barato.
Para essas pesquisas eles precisam de extrato de malte de alta qualidade e lúpulos fresquinhos e foi isso que os Lamas forneceram com muita alegria.
Nessa etapa os pesquisadores começaram a analisar as amostras. O UV incide na amostra e parte é absorvida. O que passa, excita um material que emite luz visível e a câmera captura a imagens abaixo conforme a amostra analisada.
Agora é torcer para que a pesquisa evolua e quem sabe num futuro próximo, medir o amargor de forma precisa, esteja ao alcance de todo caseiro.
Boas cervejas!
Comentários
Alvaro
Muito legal este post. A galera do Lamas sempre trazendo informações pertinentes do universo cervejeiro.
Cheers!!!!
paulo pinho
Que legal esse era meu sonho criar um ibutômetro rssss
Marcio
Excelente, estava precisando disto.